Sangha, o poder de estarmos uns com os outros numa causa, interna, comum

Ontem regressei de um retiro. Meditámos, conversámos e passamos tempo em silêncio. Curioso como passar tempo em silêncio nos prepara para uma comunicação mais aberta, mais consciente e verdadeira. A razão será a de que o silêncio nos coloca mais em comunicação connosco mesmos.

Como é saborosa a comunicação com sentido, escutada de forma autêntica, no âmago da disponibilidade. Tão diferente do que nos é permitido no dia-a-dia entre telefonemas corridos, entre rotinas e talvez hábitos de temas e muitas vezes com um barulhinho interno que não nos permite ouvir o outro e muitas vezes a nós mesmos.

A Sangha é a comunidade que se dedica ao despertar. Essa comunidade pode ser física mas também não física pois no fundo todos aqueles que o fazem, por esse planeta a fora, estão juntos,de uma certa forma. É o reconhecimento de que tal como nós há quem o faça, num mesmo caminho. Mas essa comunidade pode ser física e quando o é, dá-se essa possibilidade de partilha das descobertas e dificuldades, das reflexões e das entregas de pedaços de alma.

Às vezes caminhamos com sede de algo que não sabemos o que é. Eu caminho muitas vezes com sede desse contacto essencial com outros seres humanos, daquele contacto ou conexão que mata a sede, como a boa água de uma fonte no meio de uma serra verde e sã.